quarta-feira, 30 de novembro de 2011

O REI ROBERTO CARLOS EM TERRAS REALENGAS.

Quando ele cantou em Realengo...
Uma família cedeu sua casa para servir de camarim para Roberto Carlos e depois para o Gonzaguinha. 
Prof. Sonia Maria
Relatos da professora Sônia Maria da Silva e do Sr. Benevenuto Rovere (o Beto, atual Presidente do Grêmio Literário José Mauro de Vasconcelos (Museu de Bangu).
arquivo Pessoal do Sr. Beto- Museu de Bangu
Em 1978 no dia 25 de fevereiro, Roberto Carlos cantou com seu conjunto completo e encantou seus súditos em nossas terras.
O show ocorreu no Grêmio Esportivo Estudantes de Realengo, levando a plateia ao delírio. Mas quem ficou mais feliz mesmo foi uma família que compartilhou sua casa para acolher o artista.
Sr. José e Dona Cicera, foram contatados pela direção do clube, com uma proposta de que a casa deles na antiga Oliveira Braga (atual prof. Carlos Wenceslau )tinha sido escolhida para receber o cantor Roberto Carlos. De imediato foi um susto e alegaram que era uma casa simples de gente humilde e não estava a altura do ídolo delas.
Beto diretor social na ocasião


O diretor social na época Sr. Benevenuto - mais conhecido como Beto (que foi quem arquitetou o plano), disse que não se preocupassem com isto, pois tanto o artista quanto a produção não exigiram nada luxuoso, mas sim uma acomodação segura.




A Estratégia
"Ao invés de entrar pela frente, ele através de uma casa nos fundos, já entraria direto no palco."

E para que esta segurança fosse completa, os organizadores já sabendo que o publico ficava aglomerado na porta para ver seus ídolos bem de pertinho, eles tiveram a ideia de mudar isso. E como a casa da professora Sônia era colada ao clube, exatamente atrás de onde seria o palco. Pediram permissão ao Sr. José e Dona Cícera a quebrar a parede do clube, que dava para o quintal deles, que seria uma passagem para debaixo do palco.
flagrante do Show -foto Sonia - arquivo particular
os anfitriões do Rei.
Enquanto isso lá fora uma multidão se aglomerava tanto o povo com e sem ingresso, quanto os sócios que aguardavam o show, uma família inteira Sr. José, D. Cícera , suas filhas Sônia, Margareth e Beth e Fatima, pareciam viver um sonho, pois ter o uma artista desta grandeza, sentado em sua sala de estar (de visitas) era uma coisa inimaginável. A produção preparou uma recepção farta para a comitiva, composta por empresário, secretários, seguranças, motoristas etc.
O esconderijo descoberto
Carros uma paixão - reprodução da internet
A passagem secreta, que dava direto ao palco.
Bem infelizmente, por mais que se peça segredo, tem sempre alguém que não se contém e bate com a língua nos dentes e um outro agravante para a descoberta do plano foi que o carro do Roberto não coube na garagem do Sr. José um carro tão comprido (Galaxy)

O Rei indo embora
o Muro cheio de curiosos e o Rei no quintal
Beto nos fala sobre a negociação para a vinda do Roberto Carlos,  valor do cachê era caríssimo, mas a vontade de trazer o astro ao nosso convívio era tão grande, que o empresário José Maria da Silva bancou o show, ficando com a portaria (vendas dos ingessos) mais uma taxa de cada associado. Saiu na ocasião matéria na revista Manchete, Veja ou Isto É, que o empresário e o cantor tinham ganho uma grana alta neste evento fazendo a portaria do espetáculo...

Roberto Carlos LP de 1977
Roberto que sempre lançava seus LPs, no mês de Dezembro aproveitou este show em fevereiro para mostrar todo o repertório do novo disco que se tornaram grandes sucessos inesquecíveis: 1.Amigo,  2. Nosso Amor, 3. Falando Sério, 4. Muito Romântico,  5. Solamente Una Vez,  6. Ternura,  7. Cavalgada,  8. Não se Esqueça de Mim,  9. Jovens Tardes de Domingo







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Sobre a passagem do Luiz Gonzaga JR. que usou o mesmo artificio em 1979.

Sonia com as irmães e amigas junto ao Gonzaguina
Assim que ele chegou e percebeu que não era a entrada de um clube, mas sim de uma casa ele ficou sem graça e falou para a produção:
Gonzaguinha: Pra que incomodar esta família?
Daí nós respondemos: - Porque voce é um poeta.
Ele respondeu: - Eu sou apenas um compositor.
Ele entrou falou com todos que o esperava em minha casa, pois ao contrário da passagem do RC, lá não havia aquela aglomeração, pois, as pessoas nem ficaram sabendo que também receberíamos o Poeta Gonzaguinha, que posteriormente veio falecer e todos nós ficamos muito tristes pois parecia que era uma pessoa nossa.
Disco que ele lançou na época.
Ele sentou em nossa varanda, após o show e conversamos muito tipo assim: que ele conhecia o Bairro de Realengo, pois ele tinha alguns amigos aqui... sobre as suas canções(que aliás ele estava divulgando acho eu o seu maior sucesso em vendagem o(LP EXPLODE CORAÇÃO).
A Direção do Grêmio desenhou nas paredes do camarim improvisado, vários corações alusivos ao LP citado.
Gonzaguinha foi muito simpático.








Ele conversou muito com minha mãe sobre o Gonzagão "pois eram conterrâneos" que na época já se encontrava doente... Tiramos muitas fotos, ele nos deu autógrafo, enfim, foi muito carinhoso e atencioso para conosco.
Lembro que aconteceu um incidente quando ele já estava no portão se despedindo da gente...
Houve um assalto no corredor da antiga Casas da Banha (que hoje pertence a Universal), eis que surge um homem armado correndo atrás de um assaltante que tinha acabado de roubar...mas o mais incrível foi quando este percebeu  que se tratava do cantor em nosso portão ele tratou de recolher a arma e disse: O que você está fazendo aí? Poxa adorei o seu show? 
-Foi hilário!!!!! -conta Sonia
Ficamos com uma vergonha enorme e Gonzaguinha, mas simples com ele era, até porque ele da comunidade de São Carlos, disse que aquilo aconteceria em qualquer lugar...
Ele e o conjunto entraram na KOMBI e foi embora para nunca mais...
Passagem secreta - foto Wagner chagas

Bastidores foto Wagner chagas
Wagner Chagas - Um ex-morador e nosso amigo, enviou outras fotos que ele mesmo tirou e que juntamos aqui para enriquecer a postagem.


 

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Realengo e o Cristo Redentor: Moradores contribuíram para sua construção!



Revista "O Semeador" de 1929 elaborada pelo próprio Padre Miguel, revela
detalhes das doações recolhidas em Realengo em prol da construção do Cristo
Redentor.

Como todos nós sabemos a imagem do Cristo Redentor está localizada no bairro do Alto da Boa Vista, na cidade do Rio de Janeiro. Situa-se no topo do Morro do Corcovado, a 709 metros acima do nível do mar. Foi inaugurada às 19h e 15min do dia 12 de outubro de 1931, depois de cerca de cinco anos de obras.

Recentemente, por ocasião da comemoração do centenário da Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Realengo, conseguimos levantar alguns documentos históricos para exposição e, dentre eles, encontramos um material que nos foi apresentado pelos fiéis guardiões Luiz Orlando de Almeida e Icléa Santos, onde se retrata um pouco da história da evangelização e mobilização católica em nossa região nos anos 20 e 30, inclusive sobre a construção do Corcovado


O Semeador agosto de 1929


Luiz Orlando, quando começou a frequentar a Igreja Nossa Senhora da Conceição de Realengo, era ainda um menino e via o Monsenhor Miguel de Santa Maria Mochon incansável em suas ações religiosas, educativas, culturais etc. Teve ainda em 1957 o privilégio de ter em mãos diversos documentos da Igreja, quando fez parte da comissão que providenciou o traslado dos restos mortais do mesmo, do cemitério do Murundú para a urna que se encontra dentro da Igreja; e preservou consigo alguns exemplares que estavam sobrando,

Icléa Santos, coordenadora das Obras das Vocações Sacerdotais, que inclusive colabora até hoje na preservação da memória de nossa Paróquia, resguardou uma pasta repleta de fotos e documentos que sua falecida cunhada Ilda Pereira dos Santos, que foi catequista nos anos 30, possuía.

Texto de Sebastião Leme
Dentre essas relíquias encontramos em uma revista chamada "O Semeador", no volume 3, editada em agosto de 1929, reportagem sobre a participação de fiéis de arquidioceses e Paróquias de todo o país, através de doações, para a construção do Cristo Redentor no Corcovado, incluindo aí a Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Realengo que, através do trabalho de suas zeladoras, colaborou ativamente na arrecadação de fundos a fim de viabilizar a criação desse grande monumento em homenagem a Jesus Cristo.

Nessa revista a capa traz o Titulo " O Cristo no Corcovado" e em seu interior podemos ler um belo relato a respeito do local de sua construção. Na página 12 encontramos um poema de Sebastião Leme chamado "A Montanha de Cristo" fazendo referência à obra, enquanto que na página 14 pode-se ler o valor que cada Paróquia coletou em Réis ( o dinheiro da época) além dos donativos obtidos pela Paróquia Nossa Senhora da Conceição para contribuir para a referida construção. Certamente, após a publicação da revista, deve ter havido uma sensibilização para que outros paroquianos passassem também a participar com doações em dinheiro para a construção dessa obra que é hoje considerada uma das "7 maravilhas do mundo moderno", além de ser conhecida como o símbolo da cidade do Rio de Janeiro.
Aqui alguns dos paroquianos que contribuíram e estão listados nesta edição de agosto de 1929 de O Semeador. - D. Faustina Duarte Guimarães, Antônio de Andrade e Silva, D. Alcide Mattos, Augusta S. Ferreira, Cecília Leite Alvarez, Alzira de Souza, Ambrosina Gomes, Zilda Leyraud Ribeiro, Maria do Carmo Virgens Lima, Florinda Rosa de Oliveira, Alzira Rodrigues Marques, Estephania Fonseca, Maria do Carmo P. O’Reilly, Edith Leyraud, Guilermina Cesar de Oliveira, Auta de Araújo Mello, Hermínia da Silva, Snr. Manoel Guina, D. Constança Bruce, D. Izolette Cavalcanti Coelho.


 
Então fica aqui registrado a contribuição que Realengo teve na construção deste monumento.

Esta pesquisa foi realizada por: Luiz Fortes, que teve o privilégio de ter estes documentos em mãos na época do Centenário da Paróquia Ns. da Conceição de Realengo, do qual foi um dos integrantes da Comissão deste evento.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

O Brasão de Realengo.

Hoje apresentamos uma das criadoras do Emblema Heráldico


  Almira Damasceno e o Brasão de Realengo

Almira Alves Damasceno Nasceu em Bangu, mas veio ainda bebe para Realengo, e afirma que: Durante toda minha vida Realengo penetrou no meu sangue e dou a minha vida por este bairro, com ele eu cresci e progredi junto com minha família e meus entes queridos.

Tive a oportunidade de ser a pioneira em criar em toda a Zona Oeste a orientação educacional a partir do maternal com o Jardim Escola Disneylândia. Penso que devo ter contribuído na formação de muitos jovens. Tive também o privilégio de lecionar na Escola Estado de Israel, que foi o meu primeiro emprego público, depois fui Subdiretora da Escola Nicarágua, e a seguir fui técnica de áudio visual, para as escolas do município aqui do bairro e juntamente com a nossa chefe distrital na época Prof.ª Vanísia da Silva. Como se não bastasse vim também a ocupar durante oito meses o cargo de sub Prefeita e foi um período curto, mas muito profícuo, porque eu tinha uma luta diária em que eu empunhava uma caneta e um caderno para poder relacionar os problemas e saía às ruas para conferir e catalogar postes sem luz buracos nas ruas que eu solicitava o imediato conserto. E neste período contribui com a reforma da Igreja Nossa Senhora da Conceição de Realengo que tinha a frente o Padre Luiz Carlos, que sabe da nossa luta para reurbanizar a Praça Padre Miguel onde fica a Igreja. Agradeço o apoio da comunidade, pois recebo até hoje agradecimentos pela minha dedicação.

 Fico muito satisfeita pelo interesse de vocês em preservarem a memória do bairro. E ao resgatarem este Brasão que poucos sabem da existência que e foi criado em conjunto com o Professor Carlos Wenceslau, Almira Damasceno e Marinês Seabra (desenhista).
Brasão de Realengo - Emblema Heráldico

Emblema Heráldico – Realengo – Descrição das cores: Azul - Lealdade (Manto de Nossa Senhora); Branco – Paz; Cinza – autoridade do Príncipe D. João; Elementos –Cabeça de Boi – Pastagem (vindos do Arquipélago dos Açores); Cana de Açúcar e Laranja – Principais produções do povoamento na época do Brasil Colônia, na Zona Oeste.
Este relato foi também publicado no Jornal Realengo em Pauta de Agosto de 2011. Na coluna Nossa Gente /Nossa História.